Quando um curso é mais uma esperança do que uma intenção

Nira Bessler
2 min readMar 2, 2020

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Photo by Tim Mossholder on Unsplash

Uma palavra sobre a qual tenho pensado bastante é “intenção”.

Precisamos colocar intencionalidade nas coisas que fazemos.

Outro dia, um profissional de uma grande seguradora me disse que achava os cursos digitais de sua instituição chatos e que lembrava bem pouco do conteúdo. “Mas depois que faço um curso sei que o tema é importante para a empresa, então presto mais atenção nele”.

Na prática, quando tinha alguma dúvida a respeito, recorria ao chefe ou a algum colega. Ou procurava no Google.

Minha questão a respeito é: se a intenção é chamar a atenção para a importância do tema, um curso chato de 2 horas é o melhor caminho?

Qual é a intenção que temos com este curso?

No fundo, todos sabemos que o profissional vai absorver pouco de um curso entediante, com excesso de informação.

Um curso neste contexto é mais uma esperança do que uma intenção.

No caso específico desta seguradora, uma possível solução poderia ter duas etapas.

Na primeira, poderia-se produzir algo para demonstrar aos colaboradores que o tema em questão é importante para a empresa. Não necessariamente um curso. Poderia ser uma campanha, um vídeo ou qualquer coisa que chamasse a atenção dentro do contexto dos profissionais que precisam ser atingidos.

A segunda etapa seria a disponibilização de recursos à mão do colaborador para que ele pudesse tirar suas dúvidas rapidamente quando surgissem na prática. Que recursos? Aí entra um pouco de criatividade, munida de informações sobre o dia-a-dia deste profissional. Valeria a pena desenvolver um bot? Uma apostila daria conta? Um bom faq digital com situações práticas?

Orçamento, criatividade e prazo são os limites.

É claro que, se o curso em questão for obrigatório, há um regulador que exige a realização de provas. Mas podemos esticar a corda, qual é a intenção deste regulador? Aprendizagem real ou um certificado?

E, considerando mais esta limitação, a regulação, será que o único caminho possível é um curso chato e tradicional? Acredito que não. É possível trabalhar os próprios cursos digitais para que sejam mais interessantes, despertem interesse e ajudem a encontrar o caminho das pedras quando necessário. Por exemplo, trabalhando com storytelling e levando em conta as emoções do aprendiz.

Intencionalidade é isso também. Em vez de cair no automático e seguir um modelo, pensar na melhor solução considerando os sentimentos, a natureza e as necessidades do aprendiz, além do contexto e suas limitações.

E você, o que acha? Conta aqui nos comentários.

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Written by Nira Bessler

Lifelong learner. Apaixonada por aprendizagem.

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