Só há 2 caminhos possíveis em uma solução de aprendizagem
Só há dois caminhos para quem vai criar uma solução de aprendizagem corporativa:
- despertar o interesse de seu público e/ou
- oferecer recursos para que ele construa seu conhecimento
Esta afirmação pode parecer um pouco radical, quando lida assim, sem contexto, mas ela tem um embasamento.
Pois bem, a conclusão de que só há estes dois caminhos vem da seguinte premissa: nós não aprendemos aquilo que não nos concerne, que não nos preocupa, que não nos sensibiliza, que não nos afeta, que não nos importa.
Em outras palavras, só há aprendizagem onde há emoção.
No ambiente corporativo, é muito comum que os treinamentos venham “de cima para baixo”, seja porque são obrigatórios, por conta de alguma regulação ou porque alguma liderança decidiu que é preciso estudar um determinado assunto.
Muitas vezes, dá errado.
Um dos motivos é que não há uma preocupação de quem está oferecendo o treinamento de ouvir previamente seu usuário final e entender o que de fato o interessa.
Então, chegamos ao primeiro ponto.
Não somos computadores. Não aprendemos sendo meramente expostos a um conteúdo. Precisamos ser afetados por ele, reagir emocionalmente, para aprender de fato.
Se um assunto é obrigatório e é preciso ter a atenção e o envolvimento do público, o primeiro passo é despertar seu interesse. E não de modo meramente intelectual, justificando por A + B porque aquilo é importante. O caminho deve passar pela emoção, pela afetividade.
Como se faz isso? Antes de qualquer coisa, conhecendo seu público, suas preocupações, seus hábitos, para então desenvolver uma solução, uma experiência que seja emocionalmente impactante. Podem-se usar histórias, humor, estranhamento etc. etc.
Bem, e quando nosso público já é interessado e tem uma motivação intrínseca forte?
Neste caso, o que ele precisa são de materiais e recursos apropriados para construir seu conhecimento.
Como se faz isso? Mais uma vez, conhecer seu público é essencial. Saber quais são seus objetivos, suas rotinas, suas bagagens é o primeiro passo para o desenvolvimento de materiais e experiências que façam sentido para o aprendiz.
Em resumo, oferecer conteúdo não é ensinar. As pessoas só aprendem quando se emocionam.
Por isso, despertar sentimentos que gerem interesse é fundamental.
E caso o interesse já exista, é preciso manter a atenção e apoiar o aprendiz na construção de seu conhecimento ou habilidade, buscando adaptar-se às suas rotinas e bagagem prévia.
Fez sentido para você?
Algumas das ideias deste artigo foram inspiradas em um livro que, por enquanto, está disponível só em inglês: How People Learn, de Nick Shackleton-Jones.
Se alguém se animar para ler, me avise. Adoraria criar um grupo de discussão sobre ele.